CAI A MÁSCARA

ALUNOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL DA ESC. SEC. DE MIRAFLORES : 2016-04-30




30 ABRIL A 05 MAIO DE 2016 : PINTURA + MÁSCARA DE PAPEL

Cai a máscara! A minha, a tua, nesta raiva cheia de dor que sinto todos os dias, todas as noites. E que sufoca a minha alma .

Todo este trabalho passa pela mente, pelo coração, pelo corpo por inteiro, como se fosse um imenso poemário,
gritando aos olhos de quem o perceciona. Porque dentro de mim existe um mundo, um espaço à deriva.
Existem sonhos, voos, poemas em crescimento.
E neste estado, que dirão alterado, de consciência, vou centrando o  meu mundo, neste sentir à deriva, mas mágico, que encerro dentro de mim.

Cai a máscara! A minha, a tua, nesta raiva cheia de dor que sinto todos os dias, todas as noites. E que sufoca a minha alma .

Cai a mascara! Sabes tu o que eu quero dizer?
FÁTIMA RODRIGUES


O Espelho de Nós.

O primeiro passo de estudo deste processo de trabalho foi de ir ao encontro da descoberta individual da identidade de cada aluno e do grupo como um todo. Os intervenientes começaram este projecto por fazerem o seu auto-retrato e a fotograa do retrato do colega. Posteriormente pesquisaram e encontraram identicação com máscaras. Viajaram por intermédio de vídeos sobre rituais etnográcos, analisaram coreograas de diversas partes do planeta e tomaram contacto com máscaras de vários géneros e culturas, presentes em todos os continentes. Após este trabalho de procura livre, desenharam de forma espontanea em vários suportes e formatos a sua interpretação da máscara escolhida. Utilizaram várias técnicas de expressão plástica bi e tridimensional.

A exposição na galeria Passevite resulta desta aventura plástica e do trabalho realizado pelos alunos da educação especial da escola Secundaria de Miraores (autismo,decite cognitivo moderado e grave) e tem como objectivo principal, aprender e integrar este processo num circuito real expositivo: uma apresentação pública num ambiente de galeria e como se mostra um trabalho artístico prossional. O sentido do processo e da expressão artística eleva-se aqui ao seu maior esplendor. É um dos raros momentos onde o trabalho em equipa, realizado em escola pública se torna graticante para todos os seus intervenientes.Um registo que dá sentido à transmissão de conhecimentos, que contribue para o enriquecimento pessoal do professor e dos alunos, que nos ajuda a viver melhor a escola. É um processo de descoberta, de experimentação, de partilha .Um processo que contraria o modus operandi “ocial” de um sistema de ensino massivo, altamente burocratizado, caduco, que desvaloriza o indivíduo e que serve a poucos. Bem hajam meninos e meninas.
PAULO ROBALO